A Polícia Civil concluiu que não houve motivação política no assassinato do tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná.
Jorge Guaranho foi indiciado por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e causar perigo comum, de acordo com a delegada Camila Cecconello, em entrevista coletiva, nesta sexta-feira (15). “Não há provas de que foi um crime de ódio, pelo fato de a vítima ser petista”, disse a delegada.
“Embora algumas testemunhas tenham dito que o autor foi até a festa para fazer rondas, e realmente ele tinha o hábito de fazer rondas, outros depoimentos nos levam a crer que ele não foi lá para fazer ronda, ele foi lá para provocar a vítima”, disse a delegada.
“Nesse primeiro momento, fica muito claro que houve uma provocação e uma discussão em razão das opiniões políticas”, seguiu a delegada. “Agora, quando ele retorna para casa e resolve voltar, não há provas suficientes que indiquem que ele voltou porque ele queria cometer um crime de ódio contra pessoas de outro partido político que não o dele”, explicou.
“O que temos no inquérito é alegação da esposa. Então, é difícil nós falarmos que há um crime de ódio, que ele matou pelo fato de a vítima ser petista”, alegou Cecconello.
O crime
O crime aconteceu no sábado (9). Marcelo Arruda, 50 anos, foi morto a tiros na própria festa de aniversário, que era realizada com temática do PT e o ex-presidente Lula.
Guaranho foi ferido pelo guarda municipal, que também estava armado, e está internado em um hospital da cidade em estado grave. Ele teve prisão preventiva decretada, na segunda-feira (11).
Segundo a Polícia Civil, o policial penal estava em um churrasco, quando ficou sabendo que a festa de Marcelo estava acontecendo.
Segundo as investigações, o atirador tomou conhecimento por meio de outra pessoa, que estava no churrasco e tinha acesso às imagens de câmera de segurança da associação onde o aniversário de Marcelo estava acontecendo.
Em seguida, de acordo com a delegada, Guaranho não fez comentários a respeito da festa. Apesar disso, o policial penal deixou o churrasco onde estava e foi para o local onde era realizado o aniversário de Marcelo, com a mulher e o filho.
No local, houve uma discussão, e Marcelo jogou um punhado de terra dentro do carro de Guaranho. O assassino deixou o local e voltou pouco tempo depois, sozinho. Segundo o depoimento da mulher, Guaranho disse que “foi humilhado” e por isso voltaria à festa. Ainda de acordo com a polícia, o primeiro disparo foi realizado por Guaranho.
“O que temos é o depoimento da mulher, que diz que ele alegou que ia voltar porque se sentiu humilhado, já que a vítima teria jogado pedras e terra no interior do carro e acertado a esposa e o filho dele”, concluiu a delegada.