Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as mulheres representam 34,86% dos candidatos a um cargo público no Distrito Federal. De acordo com o Tribunal, dos 852 postulantes a um cargo no pleito marcado para outubro, em Brasília, 297 são mulheres. A proporção de candidaturas femininas é maior do que nas últimas eleições, em 2018, quando elas representavam 30,92% do total, ou seja, a alta é de quase 4 pontos percentuais.
Todavia, apesar desses números, ainda há uma baixa proporção de mulheres eleitas. Com o suporte de diversas previsões legais, esse número vem aumentando gradativamente. “Em 2009 a Lei nº 12.034 previu a cota de 30% de candidatura para mulheres, porém, não basta prever cotas se não há investimento na campanha”, explica Sabrina, professora de Direito Eleitoral no Centro Universitário de Brasília (CEUB).
Em números absolutos, porém, a quantidade de mulheres concorrendo é menor do que há quatro anos atrás, pois, em 2018, foram 389. A redução, desta forma, é de 23,6%. No entanto, o número de candidaturas masculinas caiu em índice ainda maior, passando de 869 para 555, ou seja, 36,1% a menos.
Em 2017, o TSE, por meio da Resolução nº. 23.553, determinou que 30% dos recursos do fundo partidário fossem utilizados para financiar as campanhas de mulheres. Vale destacar ainda que, além disso, está tramitando a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 18/2021 que estabelece que no mínimo 30% do fundo de financiamento de campanha e da parcela do fundo partidário seja destinado ao apoio à candidatura de mulheres.
Ainda segundo os dados do TSE, o cargo com o maior número de candidatas mulheres é de deputada distrital. São 205 nomes entre os 591 postulantes, o que representa 34,69% do total. O número é maior que o de registros feitos no ano de 2018, quando 309 mulheres se candidataram à Câmara Legislativa (CLDF). Neste período, a participação delas também foi menor quando comparada à presença masculina: elas representavam 31,5%.
Em relação a maior porcentagem de mulheres na disputa, ganha o cargo de vice-governadora. Cinco candidatas concorrem à vaga, ou seja, 41,67% das 12 chapas. Neste ano, o número é maior do que nas últimas eleições, quando apenas duas mulheres foram candidatas a vic
Seguindo, estão as candidaturas para deputada federal. As mulheres representam 37,25% do total de nomes registrados na Justiça Eleitoral. Entre os 204 candidatos, 76 são mulheres e 128 são homens. Nas últimas eleições, 61 mulheres disputaram pela vaga.
Concorrendo ao cargo de senadora, estão quatro candidatas, o que representa 36,36% do total de 11 nomes. Em 2018, foram 20 candidatos para o Senado pelo DF e apenas três eram mulheres, representando 15% do total.
Por fim, o menor índice de participação e de candidaturas é para governadora. Dos 12 nomes, apenas dois são de mulheres: Leila do Vôlei (PDT) e Keka Bagno (PSOL). O número é o mesmo das eleições de 2018, quando nove homens concorreram e Ibaneis Rocha (MDB) foi eleito.
Quanto aos partidos, o Partido Democrático Trabalhista (PDT) é a sigla com o maior número de mulheres na disputa, com 15 candidatas. Dos 32 partidos com nomes registrados no DF, apenas o Partido Comunista Brasileiro (PCB) não tem candidatas mulheres.
O caminho a se percorrer para um cenário igualitário, no entanto, ainda é longo. Ainda estamos longe do ideal. O Brasil só teve uma presidente até hoje.