A Secretaria de Saúde investiga mais quatro casos suspeitos de infecção pela varíola do macaco no Distrito Federal. De acordo com a pasta, “todas as possíveis vítimas são do sexo masculino, três têm idade entre 20 e 39 anos e um é adolescente. Eles permanecem isolados e aguardam resultados laboratoriais para confirmação ou descarte do caso”.
O caso de um homem entre 30 e 39 anos, que desembarcou no DF após uma viagem para a Alemanha, já foi confirmado pela pasta. Na segunda-feira (4), um jovem entre 15 e 20 anos que não viajou também apresentou sintomas da doença e a secretaria espera o resultado do exame para confirmar ou descartar o diagnóstico.
Desde 9 de junho, 106 casos foram confirmados no país. Desses, 105 são em homens e apenas um paciente é mulher. São Paulo concentra a maior parte das notificações com 75 infecções, seguido de Rio de Janeiro (20) e Minas Gerais (três).
Transmissão
Também conhecida como monkeypox, a varíola do macaco é transmitida sobretudo entre humanos pelo contato pessoal com as secreções respiratórias, lesões de pele de pessoas infectadas ou objetos recentemente contaminados. A transmissão só termina quando as feridas na pele da pessoa infectada desaparecem. Enquanto isso, a recomendação é o isolamento.
Testagem das amostras
No Brasil, quatro laboratórios foram designados pelo Ministério da Saúde para realizar a testagem das amostras: cada um atende a um conjunto de estados. As coletas do DF são encaminhadas para a unidade da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
“Não é um teste que todo mundo sabe fazer porque [esse teste] não existia”, explica a virologista responsável pelo laboratório, Clarissa Damaso. No laboratório, são feitos testes de PCR específicos para identificar os subtipos que estão circulando na Europa e na África.
“A monkeypox é um vírus que não existia no Brasil até esse surto. Os laboratórios centrais têm os testes de rotina que fazem para doenças mais comuns. Só os laboratórios de pesquisa que trabalham com vírus da mesma família da varíola do macaco e tiveram de se adaptar rapidamente”, acrescentou.
Para a especialista, a tendência é que os casos de infecção aumentem: “Vem aumentando, o que é o esperado quando uma infecção entra no país, essa é a tendência, não chegamos na estabilidade ainda. Essa não é uma doença que incapacita as pessoas e isso facilita a transmissão, já que ela fica circulando”.
A infectologista ressalta que o rastreamento dos contatos das pessoas doentes só começa quando há a confirmação do diagnóstico. Além disso, segundo a especialista, a extensão do país e a limitação de recursos dificulta o trabalho. “Vejo com preocupação, porque de qualquer forma, é uma infecção. A gente não precisa chegar ao nível do ano passado com a Covid-19 para dizer que uma doença é grave”.