O Observatório de Políticas Públicas do DF (Observa DF), que é vinculado ao Instituto de Ciência Política da UnB, pesquisou, no mês de abril, a inserção dos jovens no mercado de trabalho. E o relatório apontou que 40% das pessoas do Distrito Federal entre 16 e 24 anos estão desempregadas.
A professora da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Andrea Cabello, explica que o número é menor que o registrado anteriormente, mas ainda preocupa. “Tem reduzido, mas ainda é a faixa etária com o maior desemprego. Exatamente naquele momento em que você precisa a primeira oportunidade. O momento de migrar dos estudos para a vida profissional é o momento de maior dificuldade para conseguir um emprego,” avalia.
O estudo também aponta que 55% dos jovens que estão trabalhando não têm carteira assinada. Andrea Cabello relaciona a informalidade e a pressão na busca por uma renda com a interrupção precoce dos estudos por parte dos jovens. “Essa interrupção de estudos está motivada pela renda e força o jovem a aceitar vínculos informais de trabalho,” afirma.
Maria Virgínia faz parte dos 40% dos jovens do DF que estão sem um emprego. Ela diz que, além de afetar diretamente a condição financeira, a situação afeta também a saúde: “Eu tenho medo de não ter novamente minha independência financeira e tento não me apegar muito a isso para evitar adoecimento, estresse, ansiedade… Mas é difícil.”
Ela, é graduada em geografia, recorreu a trabalhos pontuais – ou freelancer – para ter alguma renda, mas explica que é complicado fechar as contas no fim do mês. “Se eu morasse sozinha, eu tenho certeza que não conseguiria pagar o aluguel e todas as contas. A dificuldade do trabalho freelancer ou autônomo é não ter a segurança que você vai receber no mês seguinte ou continuar no trabalho,” diz.”
O relatório aponta ainda que a zona central do DF – o Plano Piloto – concentra a maior parte dos empregos para os jovens e a menor parte dos jovens desempregados.
*Com informações do Imprensa Pública