Estudo sobre projeções populacionais para as regiões administrativas do Distrito Federal 2020-2030 revela que a população está envelhecendo.
A previsão é que para 2030, 16,6% da população do DF terá 60 anos ou mais e a população com até 14 anos completos reduzirá a 17,5%, resultando em 565.382 idosos e 595.207 jovens no DF.
O levantamento, realizado pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) e divulgado nesta quinta-feira, 5, mostra que as baixas taxas de fecundidade e a tendência de queda da população juvenil estão entre as causas para esse fenômeno etário.
Para efeito de comparação, em 2020 o índice de envelhecimento na capital do Brasil era de 57,5%. Mas, o previsto para 2030 é que esta porcentagem aumente para 95%.
De acordo com os pesquisadores da Codeplan, daqui a dez anos, a cada 100 jovens do DF (0 a 14 anos), existirão 95 idosos (60 anos ou mais), aumentando a idade média da população, que passará de 33,4 anos em 2020 para 37,5 ao final da década.
Menos dependentes
A relação entre a taxa de dependência juvenil com o envelhecimento da população brasiliense é o fato de quanto menor o número de dependentes menores de 14 anos, menor ainda será a taxa de fecundidade.
Esse retrato mostra que o número de dependentes que a População Economicamente Ativa (PEA) possui seria o número de menores de 14 anos a cada 100 indivíduos de PEA, constatando a redução de filhos que uma mulher ou família teria.
Sendo assim, a taxa de fecundidade, que é a estimativa da quantidade de filhos que uma mulher teria ao longo da sua vida reprodutiva, indica o ritmo de crescimento do número de nascimentos em uma população. No DF esta taxa é apenas 1,66, levando a menos nascimentos, resultando no envelhecimento da população.
Políticas públicas
“É fundamental a importância deste projeto, auxiliando as áreas com dados e informações para planejamento e elaboração de políticas públicas, pois, com o envelhecimento da população do Distrito Federal, será necessário a adaptação de serviços públicos”, diz o presidente da Codeplan, Jean Lima.
Segundo ele, no futuro, os serviços de saúde especializados em atendimento a pessoas mais velhas e de doenças crônicas serão mais demandados do que já são hoje.
Planejamento territorial
O estudo demográfico da Codeplan também analisou o crescimento das Unidades de Planejamento Territorial (UTP).
As UTPs que mais apresentaram crescimento foram as do Norte (Sobradinho, Sobradinho II, Fercal e Planaltina) e Leste (Paranoá, Itapoã, São Sebastião e Jardim Botânico), deslocando o eixo populacional para estas regiões do DF.
De acordo com os pesquisadores, esse crescimento é em função da baixa oferta de imóveis residenciais a preços mais acessíveis e que atendam aos atuais padrões e estilos de moradia.
“Sabermos o volume populacional para cada região administrativa e a sua distribuição por sexo e idade é fundamental para o desenho das diversas políticas públicas como as de educação, saúde, habitação, assistência social, segurança pública, trabalho, previdência, entre outras”, afirma a gerente de pesquisas e estudos quantitativos de políticas sociais da Codeplan, Julia Pereira.
Segundo ela, estimativas populacionais atualizadas para porções menores do território também permitem que o monitoramento e a avaliação dessas políticas sejam mais efetivos, com a possibilidade de se corrigir os rumos da atuação pública.
*Com informações da Codeplan