Enquanto o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva viaja ao país durante a pré-campanha eleitoral, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, que chegou a ser preso após ser condenado no processo conhecido como Mensalão, vem iniciando a estruturação de um possível novo governo petista, em caso de o partido retornar ao Palácio do Planalto em 2023.
Passando uma temporada na Paraíba, Dirceu tem conversado com políticos, em especial do Nordeste, mas de diferentes partidos, para a formação de uma futura composição ministerial.
O entendimento é de que, caso Lula seja novamente eleito presidente da República, a formação de uma maioria no Congresso Nacional será mais complexa do que as últimas gestões petistas, tendo o ex-presidente designado Dirceu para iniciar as conversas com partidos da esquerda e do chamado Centrão.
Diferente das conversas que Lula vem tendo para a formação de alianças para as eleições, o ex-ministro da Casa Civil tem acordado possíveis ministérios a integrantes de legendas aliadas.
Dirceu, portanto, vem estruturando a composição partidária para obter maioria no Congresso em 2023, antes mesmo das eleições.
Também entendem dois articuladores do partido, que conversaram com a reportagem, que a atual gestão não disponibilizará uma estrutura de transição, como foi feito em 2018, quando Jair Bolsonaro usou o espaço do CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil) para montar a equipe de governo.
Dessa forma, a transição do governo deverá ser mais tumultuada, fazendo com que a atuação de Dirceu seja primordial para o partido.
Procurado, a assessoria do PT afirmou que José Dirceu “não participa da coordenação da campanha do ex-presidente Lula” e que as agendas de reuniões do ex-ministro são independentes e que Dirceu “continua sendo um militante do partido”.
*Com informações da FolhaPress