A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, por unanimidade, nesta quinta-feira (25), a dispensa de registro para que o Ministério da Saúde importe e utilize no Brasil a vacina Jynneos/Imvanex, para imunização contra a varíola dos macacos (monkeypox). A agência também autorizou a importação e uso do medicamento Tecovirimat.
A autorização, atendendo a pedido do Ministério da Saúde, se aplica às vacinas Jynneos ou Imvanex, que apesar de serem o mesmo produto, possuem nomes diferentes nos EUA e na Europa. A vacina da empresa Bavarian Nordic A/S é fabricada na Dinamarca e Alemanha.
O imunizante é destinado a adultos a partir de 18 anos. A dispensa – temporária e excepcional – se aplica somente ao Ministério da Saúde e terá validade de seis meses, desde que não seja expressamente revogada pela Anvisa.
Em seu voto, a relatora Meiruze Freitas, destacou que a monkeypox é causada por um vírus semelhante à varíola, portanto, espera-se que a vacina contra a varíola previna ou reduza a gravidade da infecção. A diretora, contudo, ressaltou a necessidade da “condução de estudos de monitoramento para a confirmação da efetividade do imunizante para a prevenção da monkeypox”.
O Ministério da Saúde informou, na última segunda-feira (22), que espera receber 50 mil doses da vacina adquiridas através do fundo rotatório da Opas, braço da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a América Latina. A previsão de chegada, inicialmente marcada para o fim deste mês, foi adiada para o início de setembro.
A baixa quantidade de doses, segundo afirmou o ministro da Saúde Marcelo Queiroga em coletiva de imprensa no dia 22, será totalmente destinada aos profissionais da saúde que lidam diretamente com pacientes e materiais infectados pelo vírus. “Essas 50 mil doses não têm o poder de controlar esse surto”, admitiu.
Tecovirimat
Também liberado pela Anvisa para importação pelo Ministério da Saúde, o Tecovirimat é medicamento antiviral que interfere em uma proteína encontrada na superfície do vírus, o que diminui o ritmo de sua replicação. O resultado é a duração da infecção por um menor período de tempo. No primeiro momento, o remédio será apenas para os casos mais graves.
“Isso beneficia especialmente os grupos considerados mais vulneráveis, que têm mais chances de desenvolver formas graves da doença. Não há indicação para quem tem a doença localizada ou com poucas lesões pelo corpo”, explica Rodrigo Molina, médico infectologista e consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
Conforme mostrou o Estadão, médicos têm recorrido à morfina e outros opioides para manejar a dor de pacientes com quadros graves da varíola dos macacos no Brasil.
Até quarta-feira (24), o Brasil já acumulava 4.144 confirmações da doença, conforme dados do Ministério da Saúde. Isso representa um aumento de 23,3% em relação ao total da semana anterior. Os Estados com mais casos são: São Paulo (2.640), Rio de Janeiro (508) e Minas Gerais (221). Por ora, apenas um óbito foi registrado no País.