Com a alta da inflação no país, diversos produtos estão com o preço elevado, entre eles o leite e o café, que são itens presentes no lanche pela manhã dos brasilienses. De acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o preço do leite captado em maio deste ano subiu 4,4% em relação ao mês de abril. Desde janeiro de 2022, o leite no campo já acumula um aumento de 14,5%.
É possível encontrar em um supermercado no Guará 2, por exemplo, o leite integral a R$ 7,29 e o mais caro a R$ 7,99. No caso do café moído, a variação foi maior, em um pacote de 500g os preços eram de R$ 11,79 o mais barato e de R$ 18,79 o mais caro.
De acordo com o zootecnista e coordenador de ruminantes e equídeos da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do DF (Emater/DF), Maximiliano Cardoso, o aumento do leite se deve a três fatores, o inverno que resulta na seca, o custo dos insumos e fertilizantes ,que fazem parte da alimentação do gado, e devido a pequenos e médios produtores saírem da atividade, por não suportar a diferença dos custos de produção.
“Um dos fatores é a entrada no inverno que é o período seco do ano, onde a maioria das pastagens produz no período chuvoso, então na época das águas, as pastagens têm um potencial produtivo de cerca de 25% a 30% do que ela produz no período do ano todo. Então nesse período agora você tem a diminuição da quantidade e da qualidade desse pasto, isso leva ao uso de insumos ou alimentos para complementar a deficiência da pastagem nesse período”, explicou.
O coordenador ainda conta que os insumos são a maioria importados, onde o valor é em dólar. Segundo ele, a alimentação do gado leiteiro representa cerca de 60% a 70% nos custos operacionais do produtor. “ O valor de mão de obra subiu, diesel e transporte rodoviário teve uma elevação, então isso vai favorecendo que aumente o custo de produção no período da seca devido a isso”, contou Maximiliano.
Alta no preço do café
No caso do setor cafeeiro, os preços do café moído subiram 56,87% para o consumidor no acumulado de 12 meses até janeiro deste ano. Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o indicador oficial de inflação calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em entrevista, o militar e morador da Vicente Pires, Thiago Costa, contou que não vive sem café e que toma todos os dias, principalmente durante o trabalho para recompor as energias. Segundo ele, mesmo com os preços altos do grão, a bebida é indispensável, porém na hora de ir ao supermercado comprar o produto a quantidade diminuiu.
“Eu dou preferência pelas marcas que eu já conheço e considero melhores, nisso eu vejo qual que está mais em conta, o que tiver eu acabo levando. Eu consumo em média quatorze xícaras na semana, em média duas por dia”, contou.
De acordo com o IBGE, o efeito do clima adverso impactado pela seca e geadas e a inflação no produto, combinados, acabam sendo fatores determinantes para o aumento no preço do café.