A Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) determinou, por unanimidade, a cassação do mandato do ex-deputado estadual Arthur do Val (União Brasil), conhecido como “Mamãe, falei!”. A medida foi determinada nessa terça-feira (17). Do Val foi julgado por decoro parlamentar, após o vazamento de áudios machistas em que o parlamentar afirma que as mulheres ucranianas, que tentavam fugir da guerra, “são fáceis porque são pobres”.
O ex-parlamentar renunciou o cargo em 20 de abril. Porém, segundo a Lei da Ficha Limpa, com a cassação de seu mandado ele perde seus direitos políticos por 8 anos. A sessão foi marcada por ser mais curta que o habitual.
Este é o único mandato cassado nos últimos 23 anos. O último político cassado pelo legislativo foi o ex-deputado Hanna Garibi (PHS), em 1999, acusado de fazer parte da chamada “Máfia dos Fiscais” na época em que era vereador em São Paulo na época.
O presidente da Alesp, Carlão Pignatari, terminou a sessão pedindo respeito a todas as pessoas e a todas as mulheres. “Nós não podemos aceitar, no maior parlamento da América Latina, nenhum tipo de colocação nesse sentido. […] A partir do momento em que todos nós começarmos a nos respeitar, nós teremos um parlamento melhor”.
Em nota, a assessoria de Arthur do Val afirmou que a decisão do plenário da Alesp deixou claro que houve uma perseguição contra o ex-político. Ela ainda reforçou que o principal motivo não era seu mandato – no qual já renunciou – mas retira-lo da disputa eleitoral de 2022.