A campanha Cartão Vermelho para o Racismo, criada pela Secretaria de Justiça e Cidadania do Distrito Federal (Sejus-DF) em parceria com a CBF, ganhou um novo capítulo. Durante a 29ª edição do projeto Segurança Pública em Foco, realizada nesta quinta-feira (9) no plenário do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), foi apresentada uma proposta que une punição e educação para combater o racismo nos estádios.
A secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani, sugeriu ao CNMP um acordo de cooperação técnica para implementar penas alternativas com foco em letramento racial. A ideia é que pessoas condenadas por crimes de racismo em ambientes esportivos passem por um processo educativo, que ajude na conscientização e mudança de comportamento.
“Queremos que quem comete atos racistas aprenda, entenda o impacto disso e mude. Campanhas educativas e punitivas precisam caminhar juntas”, afirmou a secretária. Ela comparou o gesto simbólico da campanha ao uso do cinto de segurança no trânsito: “Queremos que, ao entrar em um estádio, as pessoas lembrem que somos o país do futebol, da alegria, mas também do respeito e da igualdade racial”.
A proposta, se aceita, pode fazer do Distrito Federal um modelo para o restante do país, com o letramento racial sendo adotado como medida educativa em casos de racismo nos esportes. O subsecretário de Políticas de Direitos Humanos da Sejus-DF, Juvenal Araújo, reforçou o caráter pedagógico da iniciativa. “Não basta punir. É preciso fazer com que a pessoa entenda o que é o racismo, como ele fere e o que pode ser feito para superá-lo.”
O conselheiro Jaime de Cássio Miranda, do CNMP, elogiou a campanha e disse que a proposta tem potencial para ser replicada em outros estados, unindo justiça, educação e cidadania em uma resposta mais efetiva ao racismo.
Lançada em maio, a campanha Cartão Vermelho para o Racismo vem ganhando força dentro e fora de campo. O gesto simbólico de erguer o cartão vermelho contra o racismo já foi adotado em jogos do Campeonato Candango, Copa do Brasil Feminina, Série D do Brasileirão e Campeonato Brasileiro Feminino Sub-17. Atletas, árbitros, comissões técnicas e torcedores participam juntos da ação, com cartões distribuídos pela Sejus-DF, em um ato coletivo de repúdio à discriminação.
Mais do que um gesto, a campanha se consolida como uma política pública de combate ao racismo, aliando prevenção, acolhimento às vítimas, responsabilização e educação.
*Estagiário sob supervisão da redação.
*VIA GDF