Cigarro eletrônico preocupa médicos no Dia de Combate ao Fumo

29 de agosto de 2025 – 16:32
Por: *Francisco Júnior

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Nesta sexta-feira (29), Dia Nacional de Combate ao Fumo, o alerta vai além do cigarro tradicional. A preocupação agora é o crescimento do uso dos cigarros eletrônicos, especialmente entre os jovens. Apesar da aparência moderna, dos sabores variados e da falsa ideia de que são inofensivos, os vapes também oferecem riscos sérios à saúde.

João Alves começou a usar vape aos 17 anos. “Todos os meus amigos usavam, tinha sabor de frutas, não deixava cheiro, parecia inofensivo. Um ano depois, eu já era dependente”, conta. Hoje, aos 20 anos, ele trata uma bronquite crônica. “Mesmo sabendo das consequências, não consigo parar.”

O uso de cigarros eletrônicos é proibido no Brasil desde 2009, mas a comercialização irregular e o fácil acesso têm feito o número de usuários crescer. Segundo a pesquisa Vigitel 2023, do Ministério da Saúde, 2,1% da população já experimentou os dispositivos. Entre os jovens de 18 a 24 anos, o número salta para 6,1%. Estima-se que cerca de 4 milhões de brasileiros já tenham usado os chamados vapes ou pods.

“Recebemos cada vez mais jovens com pulmões inflamados e problemas respiratórios sérios”, alerta a pneumologista Izabel Diniz, do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF). “Muitos acham que o cigarro eletrônico é menos prejudicial, mas a realidade nos hospitais mostra o contrário.”

Esses dispositivos liberam nicotina em alta concentração, além de metais pesados como níquel e alumínio, e outras substâncias cancerígenas que surgem com o aquecimento de solventes usados no líquido.

Apesar das campanhas de combate ao tabagismo terem diminuído o número de fumantes tradicionais no Brasil, o uso de cigarros eletrônicos ameaça esse avanço. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o tabagismo ainda é responsável por 85% dos casos de câncer de pulmão no país.

Dados dos Estados Unidos mostram o impacto direto desse hábito: entre 2019 e 2020, mais de 2,5 mil pessoas foram internadas com lesões pulmonares causadas por vapes, e cerca de 60 morreram. No Brasil, o Ministério da Saúde também vem registrando casos graves desde 2020.

“O cigarro, seja tradicional, de palha, narguilé ou eletrônico, continua sendo altamente prejudicial. A ideia de que o vape é seguro pode colocar toda uma geração em risco”, conclui a médica.

*Estagiário sob supervisão da redação.

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