Preços da indústria caem pela quinta vez seguida em junho; alimentos puxam queda

7 de agosto de 2025 – 16:23
Por: *Francisco Júnior

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Ueslei Marcelino/Reuters)

Os preços da indústria brasileira caíram 1,25% em junho na comparação com maio, registrando a quinta queda consecutiva do Índice de Preços ao Produtor (IPP), divulgado nesta quarta-feira (7) pelo IBGE. No acumulado do primeiro semestre de 2025, a retração é de 3,11%, o segundo menor resultado já registrado para um mês de junho desde o início da série histórica, em 2014. Apesar das quedas recentes, o IPP ainda acumula alta de 3,24% em 12 meses.

A queda dos preços tem sido influenciada principalmente pela valorização do real frente ao dólar — que acumula desvalorização de 9% no ano — e pela baixa nos preços internacionais de commodities como petróleo e minério de ferro, o que acaba reduzindo os custos de produção da indústria nacional. O IPP mede a variação dos preços “na porta de fábrica”, ou seja, sem considerar impostos e frete, e abrange as indústrias extrativas e de transformação.

Em junho, 13 das 24 atividades industriais pesquisadas registraram variações negativas de preço em relação ao mês anterior. O setor de alimentos teve a maior queda, com recuo de 3,43%, puxando -0,88 ponto percentual da taxa geral. Dentro desse grupo, destacou-se a queda de 4,34% nos preços da carne, principalmente de aves, que sofreram desvalorização devido ao excesso de oferta no mercado interno, causado por restrições de exportação provocadas pela gripe aviária. O açúcar também apresentou forte baixa, com queda de 6,84%, impactado pela safra da cana-de-açúcar no Brasil e pela boa produção em outros países como Índia e Tailândia, o que aumentou a oferta global e pressionou os preços internacionais.

O setor de refino de petróleo e biocombustíveis teve a segunda maior contribuição negativa para o resultado do IPP, com queda de 2,53% e impacto de -0,25 p.p. Essa foi a quarta retração consecutiva do setor, reflexo da redução nos preços do petróleo, principal insumo do refino, apesar de uma alta pontual ocorrida em junho devido a conflitos em regiões produtoras e rotas estratégicas, como o Estreito de Ormuz.

A metalurgia também seguiu em queda, recuando 1,07% em junho e acumulando seis meses de resultados negativos. O setor foi impactado principalmente pela queda nos preços dos produtos da siderurgia, que caiu 1,85%, acompanhando a baixa do minério de ferro no mercado internacional. No semestre, a metalurgia já acumula retração de 9,52%, uma das mais expressivas entre todos os segmentos da indústria.

Quando analisadas as grandes categorias econômicas, os preços caíram em todas: -0,46% em bens de capital, -0,98% em bens intermediários e -1,78% em bens de consumo. Dentro dos bens de consumo, os duráveis recuaram 0,04% e os semiduráveis e não duráveis caíram 2,11%. Os bens de consumo foram os que mais influenciaram o resultado geral, com impacto de -0,68 p.p., puxados principalmente por itens como carnes, café, gasolina e álcool.

O IPP é um indicador essencial para avaliar a evolução dos preços no setor industrial e suas tendências de curto prazo. Ele é calculado a partir de informações coletadas em mais de 2.100 empresas, com cerca de 6 mil preços mensais. A próxima divulgação, referente a julho, será no dia 5 de setembro.

*Estagiário sob supervisão da redação.

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