O Ministério da Saúde inaugurou neste sábado (19), em Curitiba (PR), a maior biofábrica do mundo para produção de mosquitos Aedes aegypti com Wolbachia, uma bactéria que impede a transmissão dos vírus da dengue, Zika e chikungunya. A fábrica vai produzir até 100 milhões de ovos por semana e deve beneficiar 140 milhões de pessoas nos próximos anos.
A tecnologia funciona de forma simples: os mosquitos com Wolbachia são soltos no ambiente e se reproduzem com os mosquitos comuns, formando novas gerações com menor capacidade de transmitir doenças. Com o tempo, essa população se torna dominante, e não é mais necessário liberar novos mosquitos.
A nova biofábrica é fruto de parceria entre o Ministério da Saúde, Fiocruz, Wolbito do Brasil, Tecpar, IBMP e o World Mosquito Program. O investimento passa de R$ 82 milhões. Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a unidade coloca o Brasil na liderança global no uso dessa tecnologia.
O método já é usado no Brasil há mais de 10 anos e tem mostrado resultados positivos. Em Niterói (RJ), por exemplo, os casos de dengue caíram 69% nas áreas cobertas. Atualmente, a iniciativa já atende 16 cidades prioritárias, como Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte e Natal. Além disso, o país segue com ações como vacinação contra a dengue, já disponível no SUS para adolescentes de 10 a 14 anos e vigilância ativa dos vírus. A produção nacional da vacina pelo Instituto Butantan deve começar ainda em 2025, com capacidade de 60 milhões de doses por ano.
Segundo o Ministério, o combate às arboviroses está baseado em seis frentes: prevenção, vigilância, controle do mosquito, atendimento à população, resposta rápida e participação da comunidade.
*Estagiário sob supervisão da redação.